Diversidade: entenda o conceito e seu espaço no mercado

05-04-2023

A pauta da diversidade na vida em sociedade e no mercado de trabalho tem sido constante na rotina de muitos profissionais. E o tema, cada vez mais urgente, precisa ser entendido com respeito e responsabilidade.

Por isso, separamos um guia completo para que você entenda mais sobre o que é diversidade, quais seus tipos, importância e relevância no espaço organizacional. Ficou curioso?! Então continue a leitura e vamos conferir?!

O que é diversidade?

A diversidade é a definição de tudo aquilo que é plural, múltiplo ou diferente, ou seja, do que é diverso.

No campo social, está relacionada às relações e convivência entre pessoas com perfis, características e particularidades distintas, relacionadas a questões raciais, de género, culturais, étnicas, de corpos, de orientação sexual e mais.

E a falta de reconhecimento dessas questões é a principal responsável por produzir resultados que impactam as oportunidades e trajectórias, que, em muitos momentos, acabam sendo drasticamente moldadas pela desigualdade e preconceito.

Portanto, ao discutir e pautar o que é diversidade, estamos, enquanto sociedade, desafiando as amarras da discriminação e possibilitando a construção de ambientes e espaços cada vez mais acolhedores e empáticos, onde todos se sintam livres para ser quem são — sem retirar o direito de pertencente e respeito ao próximo.

Quais são os tipos de diversidade?

Contamos com múltiplos tipos de diversidades que, a depender do contexto, podem ser menos vistas do que outras. E, entre as mais presentes em nosso dia a dia, podemos encontrar:

1. Religiosa

A diversidade religiosa envolve a convivência pacífica entre crenças e fé. No país, ela é uma das principais formadoras da nossa cultura e da identidade nacional, que foi fortemente pautada nas religiões de matrizes africanas, católicas, judaicas, espíritas e evangélicas.

E como reflexo da tentativa de protecção dessa liberdade, temos esse direito assegurado pela própria Constituição, que estabelece que todos os cidadãos são livres para exercer o que acreditam, desde que respeitem e jamais persigam a diversidade religiosa.

2. Orientação sexual

A orientação sexual está ligada à conexão afectiva que alguém sente por outras pessoas e estão fora do campo da escolha de um sujeito.

Justamente por isso, o termo ''opção sexual'' não é adequado a ser usado, uma vez que a determinação dessa atracção foge de qualquer tipo de controle, tanto interno quanto externo.

Dentro do campo da diversidade das orientações sexuais, compreendemos as seguintes categoriais:

Heterossexualidade: quando uma pessoa se interessa por indivíduos do género oposto;

Bissexualidade: atracção por ambos os géneros;

Homossexualidade: quando o interesse é por pessoas do mesmo género;

Assexualidade: indivíduos que naturalmente não sentem atracção ou desejo sexual por outros;

Pansexualidade: sujeitos que sentem atracção independentemente do género.

E enquanto observação sobre a luta LGBTQIAPN+, está a de que essa categoria não é e jamais poderá ser associada a qualquer tipo de desvio, devendo ser tratada com a mesma naturalidade e respeito que historicamente foram reservados a indivíduos heterossexuais.

3. Étnica racial

A diversidade étnica racial está pautada em dois conceitos principais:

O de etnia: que conceitua um conjunto de pessoas que compartilham do mesmo cenário político, social, cultural, linguístico, religioso e de costumes;

E o racial: de uma construção social baseada nos elementos físicos e hereditários de um povo.

Essa pluralidade significa, portanto, a convivência entre sujeitos com diferentes contextos, idiomas, histórias e culturas.

E o Brasil, apesar de ter sido desenvolvido com um número significativo de diferentes indivíduos com múltiplos contextos étnico raciais, ainda é marcado por uma expressiva desigualdade que prejudica, em especial, pessoas pretas e pardas, que lidam diariamente com as consequências do racismo.

4. Identidade de gênero

A maneira como cada um entende e percebe seu género é chamada de identidade de género. Ainda que as divisões entre homem e mulher sejam as mais conhecidas, não são as únicas e não são suficientes para abarcarem a pluralidade das pessoas.

Para facilitar essa compreensão de diversidade, podemos pensar a partir dos seguintes pontos:

Pessoas cisgêneras são aquelas que se identificam com o género determinado no nascimento;

Pessoas transgêneras não se reconhecem com o género determinado no nascimento;

Pessoas não binárias não se identificam com os géneros binários ou transitam entre essas possibilidades.

Muitas vezes, a falta de conhecimento ou a discriminação fazem com que pessoas fora da categoria de cisgênero sejam afastadas do mercado de trabalho e tenham oportunidades negadas.

5. Etária

No mercado de trabalho, na sociedade e nas organizações, a diversidade etária está presente quando temos pessoas de idades diferentes convivendo e fazendo parte de todos os sectores e espaços.

E sabemos que, muitas vezes, algumas organizações tendem a agir com um olhar limitado e preconceito com indivíduos mais velhos, por subestimar sua capacidade de compreensão. Isso recebe o nome de etarismo, que é quando uma pessoa é discriminada por ser mais velha.

6. Neurodiversidade

O conceito de neurodiversidade busca quebrar tabus ao integrar pessoas que possuem alguma condição ou diagnóstico que as tornem neurodivergentes. Ficou confuso? Calma, que esse entendimento é mais fácil do que parece.

Indivíduos neurotípicos são aqueles que se enquadram em um determinado padrão neurológico. Já os neurodivergentes possuem características que, dentro dessa perspectiva, a fazem ser entendidas como fora desse modelo.

Como exemplo disso, podemos citar pessoas com autismo, dislexia, síndrome de Tourette, TDAH e mais.

E o movimento da neurodiversidade aplica, acima de tudo, o respeito e direito dessas estarem nos espaços e de terem oportunidades de desenvolvimento e demonstração de suas capacidades.

7. Diversidade de corpos

Os corpos existem de diferentes formas e possuem atributos e particularidades que fazem um indivíduo único.

Dessa forma, tratar alguém de forma imprópria, ofensiva e intolerante com base nisso não é a atitude de um profissional qualificado o suficiente para a vida em uma sociedade tão plural.

E considerando essa perspectiva, é preciso reconhecer o quanto ainda vivemos com estereótipos que cultuam a magreza e rotulam corpos gordos enquanto incapazes ou impróprios para a vida em colectividade e até mesmo para o trabalho.

Por isso, a discussão sobre gordofobia e seus impactos nos ambientes organizacionais é sempre necessária.

8. Acessibilidade

A acessibilidade está relacionada à inclusão e integração de sujeitos e profissionais que possuam algum tipo de deficiência e significa, na prática, a criação e manutenção de uma perspectiva que supere barreiras e limitações físicas e sociais para uma plena participação em sociedade.

O que é diversidade no ambiente de trabalho?

A diversidade no ambiente de trabalho é a consolidação do espaço organizacional enquanto um ambiente plural, seguro e inclusivo para as diferenças.

Essa receptividade e valorização inclui o reconhecimento das desigualdades no mercado e busca, por meio de projectos e acções, valorizar e respeitar essa pluralidade de pessoas. Um dos exemplos práticos do engajamento e comprometimento das empresas com esse tema pode ser percebido na oferta de vagas afirmativas.

Elas nada mais são do que uma política, baseada na equidade, que se certifica que existam oportunidades em aberto para profissionais que se enquadrem em algumas das categorias historicamente marginalizadas no mercado, como:

Mulheres;

Pessoas com deficiência;

Pessoas mais velhas;

Pessoas negras e indígenas;

Sujeitos que se identifiquem enquanto parte da comunidade LGBTQIAPN+.

Qual a importância da diversidade para colaboradores?

Ao buscar por empresas que consideram e respeitam a diversidade, você tem, como profissional, a segurança de contar com uma cultura organizacional que tende a ser mais acolhedora, saudável e aberta ao diálogo e aprendizado.

Não é possível subestimar o quanto a diversidade está atrelada ao seu dia a dia, e o fato de que traz, para qualquer carreira, uma perspectiva mais ampla de obtenção de conhecimentos e do desenvolvimento de habilidades comportamentais e emocionais que fazem de você um funcionário mais maduro, paciente e empático.

Afinal, é diante de desafios, descobertas e, acima de tudo, do respeito às diferenças, que auxiliamos na construção de uma sociedade justa, inclusiva, inovadora e representativa.

E, segundo pesquisa elaborada pela Catho, mais de 80% dos líderes entrevistados afirmam ter consciência da pauta de diversidade no espaço corporativo, revelando o quanto este tema está presente nessas discussões!

Por que escolher empresas que promovem a diversidade?

Enquanto profissional, você pode ter se identificado com uma ou mais categorias de diversidade e estar compreendendo que, ao escolher empresas que celebrem essas diferenças, maiores são as chances de encontrar uma organização onde você não apenas seja incluído, mas que também se sinta verdadeiramente pertencente.

Afinal, ao compreender de perto e sentir na pele as consequências da discriminação, é justo que procure oportunidades que ofereçam amparo, acolhimento, responsabilização social e possibilidades reais de desenvolvimento e crescimento, de modo que as barreiras e limitações sejam ultrapassadas.

Como concorrer às vagas afirmativas?

Um número crescente de empresas está aprimorando a disponibilização e realização de recrutamentos afirmativos, em que as chances divulgadas sinalizam, já em sua apresentação, a categoria de diversidade para qual se destinam.

Então, ao buscar por vagas, atente-se às especificidades e critérios de contratação, e garanta que você se enquadra naquela determinada categoria.

Fonte: https://www.catho.com.br/carreira-sucesso/diversidade/guia-diversidade/


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